Neste artigo apresento e contrasto brevemente as noções quase opostas do termo "ritmo" nas obras dos teóricos Massaud Moisés e Henri Meschonnic. Meschonnic propõe uma compreensão bastante aberta do termo, que recupera noções da ética, da política, da linguística e de diversas outras áreas do conhecimento para o entendimento do mesmo; e intenta mesmo transformar toda a teoria da linguagem para tal. Moisés, por outro lado, trabalha com uma noção muito mais delineável e precisa do termo, que remete a características sonoras específicas da palavra, sem, no entanto, cair em simplificações. Ao apresentar e contrastar os dois entendimentos, pretendo explorar o que se depreende de produtivo desse encontro, principalmente no que diz respeito ao campo da tradução de poesia. Para isso - e de modo a verificar como tanto as noções dos dois teóricos quanto meus apontamentos se materializam na prática tradutória - retomarei mais adiante no texto duas traduções minhas dos autores de língua alemã, Ingeborg Bachmann e Peter Waterhouse. In this paper, I present and then contrast briefly the understandings of 'rhythm' in the works of both Massaud Moisés and Henri Meschonnic. Meschonnic proposes a quite open understanding of the term, which brings up notions of ethics, politics, linguistics and several other branches of knowledge to the understanding of rhythm; and really intends to revolutionize all of the theory of language in order to do so. Moisés, on the other hand, works with a much more discernible and precise term, which refers to very specific sound-related characteristics of a word, without, however, oversimplificating it. By presenting and contrasting both understandings I intend to bring out how fruitful a debate one can achieve from oposing them. Further in this paper - and in order to ascertain how the understandings of the two, as well as my remarks, are put into translation practice - I will bring along two translations I made of german-language poets Ingeborg Bachmann and Peter Waterhouse.
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