No âmbito da literatura infantil e juvenil em língua alemã contemporânea, destaca-se a produção de Cornelia Funke. Nascida em Dorsten em 1958, a autora - ou mais especificamente a contadora (Erzählerin), como gosta de se denominar -, acrescenta a seus textos a habilidade de ilustradora. Desde o sucesso mundial da triologia Tintenherz (Coração de tinta), Funke tornou-se uma personalidade de sucesso no universo infantil e juvenil. Em grande parte de suas obras, há a presença latente do imaginário ocidental acerca do medievo. Todavia, trata-se de uma recepção desse medievo, seja através da (re)criação de imagens ou da (re)estruturação de temáticas referentes ao universo cortês. O artigo aqui proposto analisa três obras de Funke, a saber: Die geraubten Prinzen (1994), Igraine ohne Furcht (1998) e Der geheimnisvolle Ritter Namenlos (2001), tendo como ponto de partida entrevistas da própria autora acerca do tema; ou seja, pensar-se-á a relação estabelecida entre o factual e o ficcional. Ao focar na questão da releitura do medievo, o artigo prentende compreender a ressignificação do medievo através tanto de imagens recriadas quanto da inserção de um novo tipo de herói, protagonistas femininas. In the context of children's and young adult literature in contemporary German language, Cornelia Funke's production stands out. Born in Dorsten in 1958, the author - or, more specifically, the storyteller (Erzählerin), as she likes to be called -, brings together in the texts her ability as an illustrator. Since the worldwide success of the Tintenherz (Inkheart) trilogy, Funke became a successful figure in the children’s and young adult universe. In most of her works there is the latent presence of the Western imaginary about the Middle Ages. However, that is a reception of the Middle Ages, either through the (re)creation of images or the (re)structuring of themes from the courtly universe. The article here proposed analyzes three works of Funke, namely Die geraubten Prinzen (1994), Igraine ohne Furcht (1998) and Der geheimnisvolle Ritter Namenlos (2001), taking as a starting point interviews of the author herself about this theme; in other words, it is the relationship between fact and fiction which will be considered. By focusing on the issue of the reinterpretation of the Middle Ages, this paper seeks to understand the reframing of the Middle Ages both through recreated images and the insertion of a new kind of hero, female protagonists.
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