Neste artigo, trazemos algumas reflexões a respeito da influência exercida por línguas anteriormente aprendidas no processo de aprendizagem de alemão como L3 por aprendizes brasileiros. Essas influências podem operar tanto por meio de transferências linguísticas intencionais, controladas pelos próprios aprendizes, quanto por transferências não intencionais. Dependendo do referencial teórico adotado, essas transferências intencionais são consideradas estratégias de aprendizagem e/ou de comunicação. Com base em uma pesquisa empírica realizada em 2017 e em alguns debates na área acadêmica em torno do assunto (OXFORD 1990, 2011; BIMMEL e RAMPILLON 2000; SELINKER 1972, 2014; HUFEISEN 2010), este artigo tem como objetivo analisar as estratégias utilizadas por aprendizes de alemão como L3 em um chat online e refletir sobre as influências interlinguais exercidas sobre os aprendizes de forma não intencional. Os resultados obtidos apontam para contrastes (1) quanto ao tipo de estratégias utilizadas por aprendizes em diferentes níveis de aprendizagem e (2) quanto à língua da qual decorreram as influências não intencionais: aprendizes mais proficientes utilizaram estratégias que mobilizaram mais elementos da língua-alvo, como os circunlóquios, e não sofreram nenhuma influência exclusivamente da língua materna (apenas da L1 e da L2 concomitantemente ou apenas da L2), ao contrário de aprendizes menos proficientes. In this article, we ponder on the influences of previously learned languages on the process of learning German as a third language by Brazilian students. This influence can take place through intentional and self-controlled or unintentional linguistic transfers. When intentional, they are considered learning strategies and/or communication strategies, depending on the theoretical framework. Based on an empirical research conducted in 2017 and debates in the academic area around this subject (OXFORD 1990, 2011; BIMMEL e RAMPILLON 2000; SELINKER 1972, 2014; HUFEISEN 2010), this article intends to analyze the strategies used by Brazilian students of German as a third language in an online chat, and also talk about the uncontrolled interlingual influences. The results obtained point to contrasts (1) between the types of strategies used by learners at different levels of learning and (2) between the languages that exerted more influences on them: more proficient learners used strategies that mobilized more elements of the target language (for example, circumlocutions), and were not influenced exclusively by their native language (only by L1 and L2 concomitantly or only by L2), as opposed to less proficient learners.
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